Com o tempo as coisas foram mudando, a vida foi me tornando diferente. Os brinquedos se tornaram pessoas reais, os amores de infância se tornaram dolorosos. Com o tempo os joelhos machucados já não doíam mais, porque a dor do coração já falava mais alto. A maquiagem da Sandy foi substituída por pesadas maquiagens importadas e as sapatilhas meigas tornaram-se grosseiras sandálias gladiador. O tempo foi mudando as minhas atitudes, o meu jeito de ser. Minha mãe começou a me deixar sair com as amigas, a proteção tornou-se tão menor. Agora eu não preciso mais mostrar as minhas notas para os pais e já passei a esconder parte das coisas que eu faço. O tempo me mudou tanto, eu cresci, amadureci. E agora eu sinto muita falta de quando o motivo das minhas lágrimas era que eu cortava o cabelo das minhas bonecas e ele não crescia de novo. Festas, garotos, amigos, escola, amor… coisas que vieram com o tempo, coisas boas até, mas que me fizeram perder as bonecas, a proteção dos meus pais e até mesmo um pouco de mim. Eu fui crescendo e a minha essência de criança meiga foi se perdendo. Porque eu não pude ser criança para sempre? Quantas e quantas vezes quando eu era criança chorei para ir à festa de uma “coleguinha” e hoje eu arrumo desculpa para não ir simplesmente porque o coração está doendo. Eu quero minhas barbies, eu quero o colo da minha mãe, eu quero poder chorar quando cair no chão, eu quero ficar presa em casa, eu quero brincar de pega-pega com as amiguinhas, eu quero ser criança de novo. O que me faz mais falta é a felicidade, não que agora ela me falte, mas agora ela depende de alguém e antes ela dependia só de mim.
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